domingo, 28 de março de 2010

Regras foram feitas para ser quebradas

Imaginem a seguinte situação: 

Uma Kombi e uma BMW qualquer estão andando na mesma estrada, cujo limite de velocidade é 100 km/h. A Kombi é um carro alto e estreito, instável, e tem somente o cinto de segurança no caso de acidente. Já a BMW é um carro baixo, estável, com diversos recursos de segurança como ABS, airbags, controle de estabilidade, etc.

Ainda assim os dois podem andar no máximo a 100 km/h, e o motivo é simples: a velocidade é estabelecida considerando os carros menos seguros, e os motoristas menos experientes.

No trabalho não é muito diferente. Existem regras que se aplicam tanto a funcionários novos quanto aos mais experientes, e tanto aos funcionários bons quanto aos ruins. Essa é uma forma de balizar o desempenho, de fazer com que todos os funcionários trabalhem mais ou menos da mesma forma, o que acaba atrapalhando os melhores.

Para não causar tanto impacto, na maioria das empresas existem regras diferentes para cada um dos níveis, onde um funcionário júnior precisa obedecer a mais regras que um funcionário sênior. Porém existem pessoas talentosas, que apesar de terem um cargo júnior são muito melhores que os de nível sênior.

E se você é um profissional bom e uma regra está atrapalhando seu desempenho? Quebra essa regra! Mas cuidado, antes de fazer isso pergunte:

Quais os riscos de quebrar essa regra? Quebrar regra sempre envolve riscos. No caso do limite de velocidade, você pode causar um acidente ou levar uma multa.

E quais os benefícios? O que você ganha se nada der errado? Os benefícios superam os riscos?

Eu sei o que estou fazendo? Só quebre uma regra se tiver certeza que sabe o que está fazendo, principalmente saber que ação tomar quando algo der errado.

Alguém além de mim pode ser prejudicado? Se alguma pessoa além de você for prejudicada se algo der errado, como seu superior, é sua obrigação envolvê-la na decisão.

Esta regra tem uma base legal? Se tiver, não vale a pena quebrá-la. Por exemplo, um funcionário não pode deixar de cumprir as obrigações de seu contrato de trabalho, caso contrário poderá sofrer uma demissão por justa causa.

Essa regra deveria existir? Existem regras inúteis, e todas as empresas as têm. Talvez seja o caso de conversar com os responsáveis para abolir de vez a regra, melhorando não só o seu trabalho, mas o de todo mundo. 

Tendo essas respostas você pode perfeitamente quebrar uma regra, mas saiba que em algum momento isso vai dar errado, afinal todo bom profissional erra.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Trocando ideias

George Bernard Shaw, um grande escritor irlandês, certa vez escreveu:

"Se você tem uma maçã e eu tenho uma maçã, e nós trocamos as maçãs, então você e eu ainda teremos uma maçã. Mas se você tem uma idéia e eu tenho uma idéia, e nós trocamos essas idéias, então cada um de nós terá duas idéias."

Indo um pouco além, pode ser que as duas ideias combinadas gerem uma terceira ideia, uma quarta, uma quinta... E quanto maior a diferença entre as ideias melhor, pois a chance de ideias novas surgirem aumenta bastante.

É impressionante a quantidade de pessoas que querem resolver todos os problemas sozinhas, mesmo que a pessoa do lado já tenha passado pela mesma situação e esteja disposta a ajudar. Mesmo Dr. House, o brilhante médico do seriado, precisa de seus colegas para fazer seus diagnósticos. *

E ao pedir ideias para pessoas de confiança é inevitável que um dia façam o mesmo, estabelecendo uma relação em que todos saem ganhando.

Na Você S/A deste mês saiu uma matéria muito interessante sobre um novo tipo de networking baseado em troca de conhecimentos e experiências. O objetivo é ter poucos contatos, mas que sejam duradouros e com base na confiança. Você pode ler a matéria aqui: Networking de qualidade

Então quando encontrar um problema, saia da sua cadeira e vá trocar ideias com os colegas!

* Esta não é a primeira nem será a última vez que eu menciono o seriado House. É brilhante, pois além de divertido dá para aprender muita coisa sobre carreira, relacionamento, trabalho em equipe, autoconhecimento, e muito mais.

sábado, 20 de março de 2010

Aponte soluções, não problemas

Há algum tempo a empresa em que eu trabalho iniciou um programa de sugestões de melhorias, que eu uso frequentemente. E meu uso sempre foi na melhor das intenções, pois procuro dar sugestões em processos que tem algo a melhorar. Mas eu nunca dei muita atenção ao efeito que isso teria na minha imagem. No máximo, imaginava que poderiam me achar um chato, alguém que ficava apontando os erros dos outros.

Até que esta semana aconteceu um fato curioso: a pessoa responsável pelos processos na empresa me mandou e-mail me elogiando, pois eu era o que mais apontava problemas nos processos. Depois de eu agradecer, ela me explicou que eu sempre dava ideias de como melhorar, ao invés de simplesmente mostrar os problemas.

Eu tirei várias lições da experiência com o programa de sugestões:

Aponte soluções, não problemas
Uma colega minha do MBA costumava dizer que seu superior sempre pedia para que quando tivesse um problema, ela apresentasse esse problema e duas possíveis soluções, caso contrário ele nem perderia seu tempo ouvindo.

Não faça críticas pessoais
Se algum processo pode melhorar, limite-se a criticar este processo, nunca a pessoa responsável. Como disse Lee Cockerell em seu livro Criando Magia: "Quando algo der errado procure uma falha no processo, não alguém para culpar."

Críticas construtivas são bem vindas
O objetivo da grande maioria das empresas é ganhar dinheiro. Se você apontar uma melhoria que pode ajudá-la a atingir este objetivo, você provavelmente será ouvido.

Não limite-se à sua área
Não fique limitado a por soluções de problemas na sua área. Às vezes as pessoas estão tão acostumadas ao seu trabalho que não percebem problemas, e alguém de fora pode fazer isso por elas.

Este exercício de procurar soluções é muito interessante, não só pelo resultado dentro da empresa mas também para seu conhecimento, pois ajuda a expandir sua visão. E você, quantas sugestões já apresentou no seu trabalho?

quinta-feira, 18 de março de 2010

É errando que se inova

Certa vez li um artigo escrito por um recrutador em que ele conta como faz a seleção dos candidatos para trabalhar em sua empresa. E uma das primeiras perguntas é a seguinte: "Qual foi o último erro que você cometeu no trabalho?"

Como vocês podem imaginar ele recebia todo o tipo de resposta, e a mais comum é o candidato responder que nunca erra. Isso pode acontecer se a pessoa for arrogante e não reconhecer seus erros, ou pior, não conseguir perceber quando erra.

Mas existe um outro tipo de pessoa, que é extremamente aversa ao risco, e por este motivo faz tudo exatamente como sempre fez com medo de errar. Este é o tipo de pessoa que podemos chamar de funcionário poupança: não corre nenhum risco e rende sempre um pouquinho no fim do mês.

Do outro lado da escala temos o inovador: aquele que sempre tenta fazer algo novo e muitas vezes erra, mas raramente desiste. Esta pessoa tem facilidade de admitir e falar sobre seus erros, inclusive podendo ter orgulho deles, pois sabe que normalmente o sucesso vem após uma série de fracassos.

Em um episódio do seriado House, o médico está conduzindo um processo seletivo para escolher sua equipe, e depois de ter sido eliminada, uma das candidatas questiona: "Por que fui demitida? Eu não fiz nada de errado!" e House responde: "Você não se arriscou, por isso não fez nada de errado".

O importante é que você calcule o risco de suas decisões, e compartilhe com seus colegas e superiores quando for o caso. As empresas sabem que erros são necessários, da mesma forma que sabem que um funcionário suficientemente maduro consegue aprender lições a partir dos erros. Portanto não tenha medo de errar achando que será demitido, ou mesmo que sua imagem seja prejudicada.

Para manter sua integridade e seu emprego, quando isso acontecer siga os seguintes passos:
 - Seja humilde e admita o erro
 - Corrija o que puder ser corrigido
 - Peça desculpas a quem tiver sido prejudicado

E lembre-se sempre: É errando que se inova!

sábado, 13 de março de 2010

Como começar uma empresa do zero - parte 2

Dando continuidade ao post anterior Como começar uma empresa do zero - parte 1, apresentarei mais algumas dicas que os sócios do Empreendemia e do Saia do Lugar deram em sua palestra de como começar uma empresa:

Tenha indicadores e os acompanhe constantemente
Monitore o desempenho do seu negócio através de indicadores, só assim você saberá se está dando certo ou não. Exemplo de indicador do Empreendemia: número de negócios fechados.

Experimente até encontrar a melhor forma
A melhor forma de saber se algo dá certo ou não é tentar. Se não der certo, você tenta de outra forma. Como disse Thomas Edison ao inventar a lâmpada: "Eu não falhei 700 vezes, eu descobri 700 formas de como não fazer uma lâmpada".

Seja cara de pau
Essa foi uma das partes mais interessantes da palestra. Eles contaram sobre um caso em que pediram para um contato de segundo grau passar o contato deles para uma terceira pessoa. Só que isso não foi feito, então eles ligaram diretamente para essa terceira pessoa e isso acabou dando certo.

Repetir posts no Twitter é bom
Quem segue o Empreendemia no Twitter (www.twitter.com/empreendemia) sabe que a frequência de posts é enorme, e isso acontece por bons motivos: ninguém lê todos os posts de todo mundo que segue, e novos seguidores raramente leem posts antigos. Por isso repetir é bom, pois mais pessoas leem seus posts, principalmente se você quer divulgar uma marca.

Faça comentários sinceros em outros blogs
Para divulgar sua empresa ou blog, não adianta fazer comentários genéricos em outros blogs do tipo "ótimo post, visite meu blog". Faça comentários coerentes com o assunto, e é bem provável que você consiga algum retorno.

Busque a perfeição
Sua empresa nunca vai conseguir atingir a perfeição, mas sempre deve buscar isso, ou seja, sempre faça o melhor trabalho que você puder.

Razões para empreender
Os palestrantes apresentaram vários motivos para empreender:
- tornar-se interessante, por fazer algo diferente e ficar conhecido
- ter experiências inusitadas, afinal quem tem uma empresa passa por todo tipo de situação
- poder usar sua criatividade ao extremo para criar novas soluções
- e finalmente: empreender é muito divertido

Isso foi de forma bem resumida o que foi falado na palestra, e novamente recomendo que assistam à apresentação inteira: Palestra online - Como começar uma empresa do zero

E como ficou bem claro não é fácil empreender. Se fosse não teríamos um número tão grande de empresas que fecham as portas. Mas com o conjunto certo de competências o trabalho fica muito mais tranquilo.

Espero que tenham gostado da leitura, e até o próximo post!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Como começar uma empresa do zero - parte 1

Há alguns dias assisti a uma palestra online sobre uma história bastante comum: alguns amigos que se conheceram na faculdade resolveram montar uma empresa. A empresa em questão é a Empreendemia, que é uma rede de contatos de empreendedores, e também seu blog Saia do Lugar, sobre empreendedorismo.

O que me motivou a assistir à palestra foi a qualidade dos textos do Saia do Lugar. É impressionante como conseguem transmitir as ideias de forma tão clara e em espaço tão pequeno, já que normalmente os textos são curtos e objetivos.

A apresentação completa pode ser baixada aqui: Palestra online - Como começar uma empresa do zero. A seguir colocarei alguns pontos interessantes do que foi falado, e que podem servir como inspiração para quem também tem espírito empreendedor:

Tenha um mantra
Um mantra é uma frase que resume a razão de ser da empresa, neste caso "Empreendedorismo sem enrolação", que é muito mais eficiente e fácil de lembrar que os tradicionais valores, missão e visão.

Não planeje demais
Planejamento é importante, mas sem exagero. Como disse Derek Sivers em seu blog, "Ideias não valem nada a não ser que sejam executadas".

Tenha uma estrutura simples
Evite burocracia, faça as coisas da forma mais simples possível. Aliás esse é um dos maiores desafios para uma empresa em crescimento.

Tenha algo legal para mostrar
Quando for discutir sua ideia com alguém, mostre algo interessante, mesmo que não esteja funcionando. Pelo menos a pessoa vai saber que você dedicou algum tempo àquilo.

Não tenha medo que sua ideia seja roubada
Esse pensamento mostra realmente o nível de maturidade destes jovens: Se você mostrar para uma pessoa ruim, ela não terá capacidade de copiar ou fazer algo melhor; se você mostrar sua ideia para uma pessoa boa, ela com certeza vai estar ocupada com outras tarefas e não vai ter tempo de roubar sua ideia.

Esqueça a concorrência
Foque seus esforços em fazer a sua empresa dar certo ao invés de se desgastar brigando com concorrentes.

Propaganda boca a boca é importante
Clientes falando bem do seu produto ou serviço causam impacto muito maior que os veículos tradicionais de propaganda, e o melhor de tudo é que é de graça, basta atender bem.

Receber bem os novos clientes
Isso é algo extremamente importante para qualquer empresa. Eu senti na pele este conceito, quando tive dúvidas ao me cadastrar no Empreendemia e acabei não concluindo o cadastro. Algumas horas depois o Luiz (um dos sócios) me enviou pessoalmente um e-mail perguntando se eu tive algum problema com o cadastro e se poderia ajudar em alguma coisa. Nos nossos dias atuais, em que os produtos e serviços estão cada vez mais parecidos, este esforço a mais para receber bem o cliente faz toda a diferença.

Quem falou na apresentação foram dois dos sócios, Millor Machado e Luiz Piovesana. Apesar da pouca idade, ao assistir à palestra fiquei com a impressão de que apresentam maturidade profissional bem acima da média, trabalhando muito duro para chegar onde estão hoje, e ainda com grande potencial de crescimento.

A palestra teve muitas outras dicas, porém ficarão para um próximo post para não estender demais o assunto. De qualquer forma recomendo a todos que assistam à gravação, pois vale a pena. Também não deixem de conferir o Saia do Lugar, que tem muita coisa interessante sobre empreendedorismo.

sábado, 6 de março de 2010

A importância das pausas no trabalho

Durante muito tempo as pessoas acharam que o resultado do trabalho era diretamente proporcional às horas trabalhadas, portanto trabalhar mais seria gerar mais resultado. Felizmente este pensamento está mudando, e hoje sabemos que trabalhar mais nem sempre é bom.

Mas como gerar mais resultados e ser mais produtivo? Uma forma simples e fácil é fazendo pausas ao longo do dia.

Acredito que muitos conhecem a metáfora do lenhador, cujo machado vai perdendo o fio de corte a cada golpe, e às vezes é necessário fazer uma pausa para afiar o machado.

É uma metáfora interessante, pois a cada minuto trabalhando nossa produtividade cai um pouquinho, e é recomendável fazer pausas ao longo do dia para "afiar o machado", ou no caso do trabalhador descansar o cérebro.

Esta pausa pode ser usada para muitas atividades. Uma das melhores formas de recarregar a bateria é chamar os colegas para um café. Não só você descansa, como também se relaciona com outras pessoas. Mas evite falar de trabalho e reclamar, caso contrário poderá gerar desgaste nos colegas e em você mesmo. E principalmente, evite a todo custo interromper o descanso de um colega para falar de trabalho.

Se você preferir fazer uma pausa rápida, pode navegar um pouco na internet. Uma pesquisa recente mostrou que os funcionários que usam a internet para fins pessoais no trabalho são mais produtivos. Mas claro que existe um limite de tempo, então cabe o bom senso para saber quando é hora de voltar ao trabalho.

E por último, caso você esteja num dia particularmente agitado no trabalho, mudar de atividade por alguns minutos também pode ajudar na produtividade. Neste caso não é uma pausa do trabalho em sim, mas de uma tarefa cansativa.

Independente do que você faz nesse horário, o importante é relaxar um pouco de tempos em tempos, para não esgotar sua energia.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Como aprender idiomas de verdade

Hoje em dia saber mais de um idioma é requisito básico para muitas vagas, principalmente em empresas multinacionais. E com isso muita gente vai atrás de cursos de idiomas na esperança de ter crescimento na carreira.

E apesar de muita gente iniciar e mesmo concluir cursos de idiomas, apenas uma parcela destas pessoas efetivamente fala o idioma fluentemente. Por quê?

Uma parte das pessoas simplesmente não se interessa em estudar e aprender e faz o curso por obrigação. Ou pior, alguns acham que simplesmente a matrícula no curso fará com que aprendam magicamente o idioma. Nestes casos só a maturidade pode resolver.

Porém existem pessoas que realmente se esforçam para aprender e mesmo assim não são fluentes. E o motivo normalmente é muito simples: falta de uso.

Uma analogia que pode ser feita é a comparação entre faculdade e o ambiente de trabalho. Uma pessoa aprende muitos conceitos teóricos na faculdade, porém só vai aprender realmente quando usar estes conceitos no trabalho. Da mesma forma, de nada adianta estudar um idioma por vários anos e nunca usá-lo na prática.

Mas se engana quem pensa que para isso é necessário viajar ao exterior. Existe uma infinidade de formas de usar um idioma sem sair de casa: filmes, seriados, noticiários internacionais, livros, sites, fóruns, e a lista continua. É importante fazer isso constantemente para manter sempre o idioma fresco no cérebro.

Então se você quer realmente aprender um idioma pare de apenas estudar e comece a usar!